sexta-feira, 1 de maio de 2009

100% Jovem - 2º capitulo

Era típico da Sara fazer confusões desse género, não fosse ela irmã do Carlos Eduardo e o Carlos Eduardo irmão dela. Tinham tudo a ver...
-Ai! -exclamou a Sara quando foi empurrada de repente para cima da máquina de chocolates.
-Sai da frente! -exclamou o Vítor que tinha esbarrado contra ela de propósito. -Olá Cátia!
-Oi! -disse a Cátia cumprimentando-o. -Então e as férias?
-Ah... Tudo fixe! Vou agora para as oficinas, vens? -perguntou-lhe ele.
A Sara não deixou a Cátia terminar de falar. Deu um encontrão ao Vítor e meteu-se à frente dele.
-Com licença estou a falar com ela! -disse ela sem olhar para ele.
-Vê lá se queres levar outro encontrão! -ameaçou-a o Vítor.
-Seu estúpido! -resmungou ela. -Podias ao menos ter pedido desculpa.
-O que é que foi, ó fininha! -gozou ele. -Não me digas que te aleijei assim tanto.
-Tu não me chamas fininha, ouviste? Olha que eu...
-Ui... Que medo... Fininha! -desafiou-a o Vítor.
-Tu levas um estalo! -ameaçou-o a Sara já de mão no ar.
-Ei, ei! -meteu-se a Cátia. -Já chega, estão os dois muito nervosinhos, não acham?
-A tua amiguinha é que está nervosa! -disse o Vítor.
-Olha, diz a esse paspalho... -começou a Sara.
-O paspalho tem nome, ouviste, fininha? E tu comigo não falas!
-Vá, parem! É sempre a mesma coisa! Não vão continuar como no período passado, pois não? -chateou-se a Cátia farta daquela conversa. -Já percebi que não se dão bem... Agora, por favor, parem de brigar que eu quero ir para as aulas, ok? Ou então briguem sem mim.
-Estúpido! -atirou-lhe a Sara dando meia volta e indo-se embora.
-Fininha! -respondeu o Vítor a rir-se.
-Tinhas mesmo que a irritar, não tinhas? -perguntou a Cátia enquanto os dois iam para as oficinas. -Tu adoras fazer isso!
-Ya! -disse o Vítor.- E por acaso até teve piada.
-É, acho que ela não achou isso... -disse a Cátia apressando o passo.
-E eu ralado... Azar o dela! -respondeu-lhe o Vítor seguindo-a.
A escola era feia e velha... O que é que havia mais a dizer? As oficinas eram geladas e as outras salas eram igualmente frias, embora tivessem aquecimento. Contudo, os corredores estavam cheios de estudantes que, mal a campainha tocou, desapareceram dentro das suas salas.
Tudo estava normal...
A Rita subiu as escadas da escola a correr. Já tinha tocado há quase dez minutos, estava atrasada. Se não tivesse ficado à espera que o André chegasse isso não tinha acontecido, mas ela tinha mesmo de o ver, nem que fosse só para lhe dizer bom dia e para o ouvir perguntar se o Chico já tinha ligado aos fornecedores. Só ouvir a voz dele já valia a pena...
-Rita! -chamou-a a Ana Sofia que ia atrás dela.
-Então? Também te atrasaste? -perguntou ela sem parar de andar.
-O anormal do meu irmão disse que me trazia de mota e depois esqueceu-se de mim. Tive que esperar que o meu pai se levantasse para me vir trazer...
-Que chatice! É hoje que a stôra de Geografia nos mata, desde o ano passado que me anda a ameaçar por eu volta e meia chegar atrasada, nem quero ver hoje... -suspirou a Rita cansada.
-Sabes que mais? -perguntou a Ana Sofia agarrando-a por um braço. -'Bora faltar à aula?
-Tens razão! -concordou a Rita. -A bruxa da velha já não nos deixava entrar de qualquer maneira.
-Pois... Aproveito e tomo o pequeno-almoço! Graças ao Vítor nem para isso tive tempo! -disse a Ana Sofia. -Podíamos ir ao teu bar...
-Boa! -exclamou a Rita entusiasmada por poder ver o André outra vez, mas mudando de ideias rapidamente. -Não. O Chico e o Ruca matavam-me se soubessem que ando a faltar às aulas.
-Ora, como se eles não fizessem o mesmo quando ainda estudavam...
-Pois, mas eu sou a mais nova e eles têm a mania que têm de tomar conta de mim. Se não te importares vamos ao bar da escola, ok? -explicou a Rita.
-Por mim... -respondeu a Ana Sofia. -Desde que possa comer uma tosta tudo bem... Estou mesmo com sono... Detesto segundas-feiras!

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